Palhaça Birota: Debates entre memória e relações de poder na palhaçaria e no corpo feminino
Palhaças. Historiografia. Memória. Feminismo. Biopoder/Biopotência.
Esta dissertação busca analisar o trabalho da Mariana Gabriel, como Palhaça Birota. Ela atua como produtora cinematográfica e palhaça, e se apresenta durante as exibições do documentário: Minha avó era Palhaço. O documentário conta a história de sua avó Maria Eliza Alves, que atuou como palhaço Xamego no Circo-teatro Guarany, no início da década de 20. A partir desse primeiro sentido, discorremos sobre sua família tradicional circense, de sua ancestralidade, imbuída na cultura brasileira. Busco traçar análises e conexões sobre seu trabalho e o campo da historiografia de palhaços e palhaças. Considerando o pensamento paradoxal da impossibilidade da descrição fidedigna do trabalho de Mariana, de suas atuações, mas sendo possível pensá-las a partir do reconhecimento da inacessibilidade dessa totalidade, observando-os como algo não estático e fixo da história. Desdobrando no sentido empírico, assim, o arquivo aqui não está sendo considerado como conjunto de documentos reunidos, não como mera coincidência, em sua materialidade. As pesquisas estão atravessadas por questões filosóficas, entre biopoder e biopolítica, passando pelas noções de poder, dos sistemas hegemônicos, que afetam os campos da escrita da história das mulheres, das lutas feministas e sobre o debate de mulheres palhaças.