Desenvolvimento de hidrogéis ambiente responsivos contendo monoterpenos incorporados para aplicação no controle de fungos Dermatófitos
Quitosana, carvacrol, Microsporum canis, Microsporum gypseum
Os fungos dermatófitos são microrganismos que causam dermatofitoses, um grupo de infecções fúngicas que afetam a pele, cabelos e unhas, com impacto significativo na saúde humana. Essas infecções são caracterizadas pela dificuldade de tratamento, exigindo terapias que combinem eficácia antifúngica com baixa toxicidade. Neste contexto, os hidrogéis surgem como materiais promissores para aplicações biomédicas devido à sua capacidade de responder a estímulos externos, como pH e temperatura, proporcionando liberação controlada de compostos bioativos. Neste trabalho, foram desenvolvidos e caracterizados hidrogéis de QT grafitada com ácido acrílico (QT-g-AA) e acoplados ao monômero 2-(2-metoxietoxi)etil metacrilato (PMEO2MA). As análises espectroscópicas (IV e RMN de 13C) confirmaram modificações químicas na cadeia polimérica, enquanto as análises térmicas (TGA) revelaram alterações na decomposição térmica. Ensaios de intumescimento e medições de tamanho de partículas destacaram a responsividade dos hidrogéis à temperatura corporal (37 °C), com alta eficiência de incorporação do citral (95,6%) e maior liberação em pH ácido (4,5), sendo melhor descrita pelo modelo cinético de Higuchi. A fim de obter mateirias com finalidade antifungicas, hidrogéis duplamente responsivos foram obtidos utilizando QT-g-AA, acoplados aos polímeros PMEO2MA e poli(ácido metacrílico) (PMAA). Esses materiais demonstraram respostas simultâneas a pH (8,69) e temperatura (37 °C), com destaque para o hidrogel QTACAM-ME-50, que apresentou eficiência de acoplamento de 93,28% e taxas elevadas de incorporação de citral (97,42%) e carvacrol (90,06%). A liberação dos monoterpenos foi significativamente influenciada pelos estímulos externos, atingindo 29,93% para citral e 69,62% para carvacrol. Adicionalmente, os hidrogéis mostraram excelente atividade antifúngica, com inibição de Microsporum canis (92,20%) e Microsporum gypseum (93,99%). Os resultados consolidam os hidrogéis desenvolvidos como sistemas eficazes para o tratamento de dermatofitoses e liberação controlada de compostos bioativos. Essas iniciativas podem ampliar o potencial desses materiais na biomedicina, oferecendo soluções inovadoras para o desenvolvimento de terapias alternativas.