A representatividade negra lésbica em poemas selecionados da obra Vivendo comouma lésbica, de Cheryl Clarke.
mulher negra lésbica; interseccionalidade; poesia lésbica.
Este trabalho analisa como a mulher negra lésbica é representada em poemas selecionados do livro Vivendo como uma Lésbica, de Cheryl Clarke (2021), à luz das interseções entre raça, gênero e sexualidade. Partindo da teoria da interseccionalidade, conforme proposta por Carla Akotirene (2021), o estudo investiga a invisibilidade histórica dessas mulheres na sociedade patriarcal, articulando sua análise a autores como Foucault (2021), Lorde (2019), Spivak (2010), Hooks (2019), entre outros. Dividido em três capítulos, o trabalho começa discutindo o apagamento histórico das mulheres lésbicas e como a poesia atua como espaço de resistência e visibilidade. No segundo capítulo, aborda-se a construção identitária das mulheres negras lésbicas, problematizando o racismo, o sexismo e a heteronormatividade a partir de perspectivas teóricas de Davis (2016), Gonzalez (1983) e Wittig (2022). O terceiro capítulo analisa os poemas selecionados sob as temáticas de racialidade, sexualidade e erotismo, evidenciando como Cheryl Clarke (2021) denuncia opressões e reivindica espaço para identidades subalternizadas. Os resultados destacam a obra poética de Clarke (2021) como instrumento de resistência e valorização das experiências das mulheres negras lésbicas, oferecendo uma poética de denúncia e reivindicação que contribui para romper os silêncios históricos em torno dessas identidades.