MATERNIDADE NA MODERNIDADE TARDIA: TENSÕES SOCIAIS E DISCURSIVAS SOBRE O MATERNAR
Análise Crítica do Discurso; Instinto Materno; Maternidade Compulsória; Divisão Sexual do Trabalho; Ideologia de Gênero.
A abordagem crítica do discurso é uma ferramenta teórica fundamental para analisar o conflito entre os papéis de "mulher" e "mãe", especialmente no que diz respeito à imposição social da maternidade compulsória no contexto da modernidade tardia. Esta dissertação explora, por meio da Análise Crítica do Discurso (ACD), as tensões sociais e discursivas que configuram a maternidade na modernidade tardia, especialmente no contexto do capitalismo patriarcal. A pesquisa explora como práticas discursivas presentes em textos jornalísticos da Folha de São Paulo e em relatos publicados no LinkedIn contribuem para a construção e reforço de estereótipos de gênero, naturalizando a maternidade compulsória e perpetuando desigualdades estruturais. Com base em abordagens teóricas de Fairclough (2001, 2003), van Dijk (2008, 2012) e Halliday (2004), a análise evidencia os efeitos ideológicos dessas construções discursivas, revelando os mecanismos que reforçam o mito do instinto materno e posicionam a maternidade como um destino naturalizado, invisibilizando suas contradições e complexidades. Este estudo propõe a desconstrução de discursos hegemônicos relacionados à maternidade, buscando contribuir para uma compreensão mais crítica, inclusiva e interseccional das identidades femininas e das dinâmicas de gênero na modernidade tardia. Ao articular teorias feministas, interseccionais e decoloniais, a pesquisa destaca a urgência de questionar as práticas sociais e discursivas que sustentam as desigualdades e a naturalização no cenário contemporâneo.