Banca de QUALIFICAÇÃO: GABRIELA ALVES FERREIRA DE OLIVEIRA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : GABRIELA ALVES FERREIRA DE OLIVEIRA
DATA : 21/05/2025
HORA: 17:30
LOCAL: Sessão de qualificação remota pelo Google Meet
TÍTULO:

Da margem ao centro da narrativa: Identidade, Raça e Sexualidade em Garota, Mulher, Outras, de Bernardine Evaristo.


PALAVRAS-CHAVES:

Garota, mulher, outras; Bernardine Evaristo; crítica feminista; feminismo negro; interseccionalidade.

 


PÁGINAS: 82
RESUMO:

Durante séculos da história da literatura, as mulheres foram apenas leitoras e expectadoras de si, já que seus escritos eram relegados ao campo do esquecimento. Com base nisso, o presente trabalho se fundamenta na tentativa de analisar alguns dos mitos e dos estigmas que se consagraram como narrativas determinantes para a construção histórica da subalternidade, até o momento em que as mulheres como Bernardine Evaristo – que publicou Garota, Mulher, Outras – puderam se apropriar de uma perspectiva própria, para, assim, escreverem sobre si e sobre o mundo. Para tanto, a pesquisa buscou investigar os desdobramentos da Crítica Feminista, representada por teóricas como Simone de Beauvoir (2009), Kate Millett (1969) e Rita Terezinha Schmidt (2012), responsáveis pela concepção de escritas que passaram a subverter os códigos tradicionais da literatura canônica. Posteriormente, verificou-se que tais obras não foram suficientes para contemplar as experiências do feminino atravessadas por simultâneas forças de dominação além do gênero, como a raça e a classe. Assim, o surgimento do Feminismo Negro significou a supressão dessas limitações teóricas, uma vez que objetivava o resgate, a releitura e a análise das vivências de outros grupos historicamente silenciados. Desse modo, ao longo do trabalho também são analisadas as contribuições de pensadoras negras, como Angela Davis (2011), Audre Lorde (2019), bell hooks (2019) e Patricia Hill Collins (2019), que abriram espaço para a consolidação dos conceitos de “interseccionalidade” e de “racismo genderizado”, respectivamente cunhados por Kimberlé Crenshaw (1989) e Grada Kilomba (2019). Essas e outras intelectuais pavimentaram o caminho para que obras como Garota, Mulher, Outras, publicada em 2020, pudessem legitimar experiências de figuras antes marginalizadas. Por meio de personagens como Amma, ativista negra e lésbica, Evaristo exemplifica a resistência aos estereótipos do racismo estrutural e às identidades negativas, conceituadas por Cuche (1999). Em contraste, a figura de Carole evidencia o trauma de ser vista como “Outra” em sociedade, enquanto a mãe, Bummi, ilustra os efeitos da marginalização desencadeada pelo racismo genderizado.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1373473 - LUIZ MANOEL DA SILVA OLIVEIRA
Externa à Instituição - SHIRLEY DE SOUZA GOMES CARREIRA - UERJ
Notícia cadastrada em: 21/05/2025 16:45
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