Perfil de compostos voláteis do alecrim do campo usando SPME/CG-MS, na busca de potenciais marcadores para a própolis verde.
Baccharis dracunculifolia, propolis, Cerrado
A família Asteraceae é composta por cerca de 23.000 espécies, com aproximadamente 1.900 delas encontradas no Brasil. O gênero Baccharis, amplamente distribuído pela América do Sul, é notável pela diversidade morfológica e fitoquímica, contendo entre 354 e 500 espécies exclusivas da América. As plantas desse gênero possuem propriedades medicinais, devido aos compostos bioativos que apresentam, como efeitos antifúngicos, antibacterianos e hepatoprotetores, favorecendo sua utilização nas indústrias farmacêutica, cosmética e alimentícia.
A própolis, substância resinosa coletada por abelhas a partir de exsudatos vegetais, possui características variáveis conforme sua origem botânica. A Baccharis dracunculifolia, conhecida como alecrim-do-campo, é a principal fonte da própolis verde brasileira. Contudo, a variabilidade e impurezas nos produtos comerciais geram a necessidade de métodos analíticos mais precisos. A técnica de microextração em fase sólida no modo headspace (HS-SPME) se destaca por sua eficácia na identificação de compostos voláteis, exigindo o ajuste de parâmetros como tipo de fibra, temperatura, tempo e massa da amostra para garantir resultados consistentes.
A utilização de biomarcadores surge como uma solução para superar as dificuldades de rastreabilidade e autenticidade da própolis verde, fornecendo informações biológicas essenciais sobre o produto. Esse uso é crucial para o controle de qualidade, permitindo a autenticação, a classificação da procedência e a avaliação da segurança de uso da própolis. A pesquisa sobre biomarcadores é fundamental, pois atualmente não existem parâmetros estabelecidos para assegurar a qualidade dos produtos derivados de B. dracunculifolia, o que reforça a importância da identificação desses marcadores.
No primeiro artigo analisado, foram investigadas 15 espécies de Baccharis, identificando 169 compostos voláteis, com 11 presentes em pelo menos 75% das amostras, sugerindo seu uso como marcadores químicos para o gênero. As espécies foram classificadas com base na morfologia dos ramos e distribuídas pelos biomas Cerrado, Mata Atlântica e Pampa. A análise hierárquica revelou seis perfis químicos distintos, mostrando proximidades químicas importantes entre as espécies. A análise de componentes principais (PCA) destacou a variabilidade entre as espécies quanto à composição volátil, com a B. dracunculifolia se destacando por possuir 22 compostos exclusivos.
No segundo artigo, foi otimizada a extração de compostos voláteis de B. dracunculifolia por HS-SPME, utilizando três tipos de fibras. A fibra CAR/PDMS apresentou o melhor desempenho com tempo de exposição prolongado, enquanto a fibra PDMS/DVB apresentou maior variação, sem significância estatística. A fibra DVB/CAR/PDMS teve ampla capacidade de extração, identificando até 74 compostos, com predominância de terpenoides, como α-pineno e terpinen-4-ol, confirmando sua relevância no perfil químico da planta. Os resultados do terceiro capítulo ainda estão em desenvolvimento, com foco na análise de compostos bioativos e na busca por biomarcadores específicos para a própolis verde, com o objetivo de aprimorar a rastreabilidade e autenticidade do produto
Os resultados do terceiro capítulo ainda estão em desenvolvimento, com foco na análise de compostos bioativos e na busca por biomarcadores específicos para a própolis verde, visando aprimorar a rastreabilidade e autenticidade do produto.