ASARALDEÍDO: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIINFLAMATÓRIA, ANTINOCICEPTIVA, ELUCIDAÇÃO DOS PROVÁVEIS MECANISMOS DE AÇÃO E TOXICIDADE DE UM METÁBOLITO BIOATIVO DE Duguetia furfuracea
Anti-inflamatória, Antinocicepção, Toxicidade, Duguetia furfuracea, Asaraldeído. .
Cerca de 30% da população adulta mundial sofre de dor crônica. Dentre as principais causas de dor crônica, destacam-se as patologias de etiologia inflamatória. Além dos medicamentos utilizados tradicionalmente não alcançarem o desfecho terapêutico desejado, apresentam um número significativo de efeitos colaterais que dificultam o sucesso do tratamento. Encontrar novas alternativas farmacológicas para o tratamento da dor deve ser prioridade da comunidade científica. A etnofarmacologia tem se provado uma importante ferramenta para a busca de novas alternativas farmacológicas, através da pesquisa do uso tradicional dos produtos naturais e seus derivados. Este estudo teve como objetivos principais avaliar a atividade anti-inflamatória e antinociceptiva, os efeitos neuromotores, a toxicidade, bem como os prováveis mecanismos de ação anti-inflamatórios e antinociceptivos, através de modelos in vivo do asaraldeido, um metabólito bioativo de Duguetia furfuracea (A. St.-Hil.) Benth. & Hook. f. Para tanto, foram utilizados os modelos de edema de pata induzido por carragenina, para investigar as propriedades anti-inflamatórias, os testes de contorções induzidas por ácido acético, de formalina e de placa quente para avaliar as propriedades antinociceptivas, o teste de barra giratória - rotarod, para avaliar o impacto neuromotor do asaraldeído e softwares de avaliação de propriedades ADMET (Absorção, Distribuição, Metabolismo, Excreção e Toxicidade) in silico, juntamente do teste de toxicidade oral aguda in vivo. O projeto foi submetido e aprovado pela CEUA da UFSJ. No teste do edema de pata, o asaraldeido demonstrou potencial antiedematogênico, reduzindo a progressão do edema, inibindo a migração de leucócitos polimorfonucleares e induzindo uma diminuição do mediador inflamatório TNF-α. No teste de contorções abdominais houve uma redução de resposta nociceptiva, o mesmo pôde ser observado no teste de formalina, em ambas as fases. O teste da placa quente, confirmou a atividade antinocicpetiva central do asaraldeído em todas as dosagens. Qualquer alteração neuromotora oriunda da administração oral foi descartada no teste de rotarod. Ao se avaliar os efeitos do Asaraldeído associado a antagonistas no teste de formalina, evidenciou-se a participação do sistema opioide nos mecanismos de antinocicepção. Os resultados confirmam as informações obtidas na literatura sobre análogos estruturais do asaraldeido (α-asarona, 2,4,5-trimetoxiestireno). A avaliação da toxicidade in sílico, bem como os testes de toxicidade oral aguda, demonstraram que o Asaraldeído possui um perfil de segurança adequado para compostos protótipo com potencial farmacológico, com um indicativo de alterações hepáticas somente na maior dose. Estudos adicionas para avaliação farmacocinética, da toxicidade em exposição prolongada, bem como estudos reprodutivos, de mutagenicidade e carcinogenicidade devem ser realizados para confirmação dos achados descritos acerca de sua toxicidade.