Banca de QUALIFICAÇÃO: KATIA REGINA RIBEIRO

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : KATIA REGINA RIBEIRO
DATA : 12/07/2024
HORA: 08:30
LOCAL: Sala virtual: meet.google.com/nfk-cpzh-vec
TÍTULO:

Avaliações in vivo das atividades antinociceptiva, anti-inflamatória e da toxicidade do extrato seco padronizado da Celtis iguanaea (Jacq.) Planch. (Cannabaceae) 


PALAVRAS-CHAVES:

Analgésicos, Anti-Inflamatórios, Antioxidantes, Cannabaceae, Eletroquímica, Flavonoides, Fitosteróis, Polifenóis, Toxicidade


PÁGINAS: null
RESUMO:

Na medicina complementar brasileira, as folhas de Celtis iguanaea (Jacq.), conhecida popularmente como esporão-de-galo, são usadas no tratamento de inflamações, dores, infecções urinárias e diabetes mellitus. Além disso, como gastroprotetor e diurético. O objetivo deste trabalho foi avaliar os possíveis mecanismos de ação envolvidos nas atividades antinociceptiva e anti-inflamatória in vivo do extrato seco padronizado das folhas de C. iguanaea (ESCI) em modelos animais. Também foi avaliada a toxicidade aguda in vivo do ESCI em Artemia salina, sua atividade antioxidante in vitro e composição fitoquímica. O projeto foi submetido e aprovado pela Comissão de Ética em Uso de Animais (CEUA) sob número de protocolo 283/2023. Foram utilizados camundongos machos albinos Swiss adultos pesando entre 30 e 35 g. A droga vegetal das folhas foi percolada com mistura hidroalcóolica (70% INPM), sendo o extrato fluído obtido concentrado em rota-evaporador (< 40oC) sob pressão reduzida. A partir deste, usando a técnica de spray drying e leucina (45% m/m em função do teor de sólidos) como adjuvante de secagem, foi produzido o ESCI. O rendimento do processo foi de 51,9% e a umidade residual do ESCI foi de 9,85 ± 0,34%. Na avaliação da atividade antinociceptiva, foi observado redução significativa e dose-dependente no número de contorções abdominais induzidas por ácido acético nos camundongos (R² = 0,997). A administração oral do ESCI nas doses 100, 300 e 1000 mg/kg reduziu em 44,9% (p < 0,01), 51,7% (p < 0,01), e 69,7% (p < 0,001), respectivamente, as contorções em comparação com o grupo tratado com veículo. Na primeira fase do teste da formalina, o tratamento oral com 300 e 1.000 mg/kg do ESCI reduziu em 33% (p < 0,05) e 38% (p < 0,05), respectivamente, a reatividade ao estímulo nociceptivo neuropático em comparação ao grupo tratado com veículo. Na segunda fase, as doses 100, 300 e 1000 mg/kg do ESCI (v.o.) produziram efeito antinociceptivo dose dependente (R2 = 0,67) relacionado à atividade anti-inflamatória ao reduzir em 47% (p < 0,01), 77% (p < 0,001) e 87% (p < 0,001), respectivamente, a resposta nociceptiva em comparação com o grupo tratado com veículo. No teste barra giratória, nenhuma das doses do ESCI (v.o) afetou significativamente o desempenho locomotor dos animais ao longo de 2,5 h quando comparado ao grupo tratado com veículo (p > 0,05). No teste de placa quente, após 1, 2 e 3 h, houve aumento no tempo de latência dos grupos tratados (v.o) com 300 mg/kg (95,8%, 89,5% e 89,8%, respectivamente) e 1000 mg/kg (123,5%, 119,4% e 89,3%, respectivamente) do ESCI quando comparado com o grupo controle (p < 0,001). No estudo da atividade anti-inflamatória relacionado à atividade antiedematogênica, evidenciou-se que após 1h, 2h e 4h da administração do agente flogístico (carragenina, i.p.), houve redução significativa no edema das patas dos animais tratados (v.o) com 300 mg/kg e 1000 mg/kg do ESCI (p < 0,05) em comparação ao grupo tratado com veículo. A dose de 100 mg/kg do ESCI apresentou eficácia significativa apenas em 4h (p < 0,01). Em todos os experimentos realizados, não foram observadas alterações comportamentais ou sinais de intoxicação nos animais, ratificando a segurança do extrato nas doses avaliadas. No ensaio de toxicidade aguda em larvas de A. salina, o ESCI causou letalidade significativa (19,4%, p < 0,05) somente a 1000 µg/mL, não sendo possível determinar a CL50. Em relação à capacidade redutora, o ESCI apresenta CI50 do radical DPPH· de 301,6 ± 38,8 µg/mL. Análises eletroquímicas evidenciaram a capacidade antioxidante do ESCI, que apresenta dois picos anódicos (Ep1a = 0,26 V e Ep2a = 0,74 V), reversibilidade na cinética de óxido-redução e índice eletroquímico do ESCI de 6,1 μA/V. Os teores de polifenóis, flavonoides e fitoesteróis totais, determinados por métodos espectrofotmétricos, foram de 21,78 ± 0,82 mg/g (eq. ácido gálico), 49,69 ± 0,57 mg/g (eq. rutina) e 518,81 ± 18,02 mg/g (eq. β-sitosterol), respectivamente. Ensaios de CLAE-UV/ESI(-)-MS e CLAE-DAD sugerem a presença de um canabinóide (canniprene; Tr = 3,68 min; UV máx = 201 e 264 nm; m/z = 341), um ácido hidroxicinâmico (p-coumaric acid glucoside; Tr = 22,509 min; UV máx = 204 e 280 nm; m/z = 325), uma flavanona (trihydroxyflavanone-O-deoxyhexosyl-O-hexoside; Tr = 35,93 min; UV máx = 205, 268 e 344 nm; m/z = 579), e uma flavona (2-O-pentosyl-8-C-hexosyl-apigenin; Tr = 37.55 min; UV máx = 195, 268 e 334 nm; m/z = 563) como os constituintes majoritários do ESCI.  Com base nos resultados obtidos até o momento é possível concluir que: i) o ESCI possui atividade antinociceptiva a níveis central e periférico; ii) a ação antinociceptiva central do ESCI não está relacionada a atividade sedativa; iii) a atividade antinociceptiva do ESCI está relacionada ao efeito anti-inflamatório; iv) um dos mecanismos de ação anti-inflamatória é a atividade antiedematogênica; v) o ESCI apresenta baixa toxicidade aguda in vivo.; vi) a atividade antioxidante in vitro do extrato pode estar relacionada com as eficácias antinociceptiva e anti-inflamatória; e vii) esses efeitos podem ser atribuídos a presença de polifenóis, flavonoides e fitosteróis.


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1300132 - WHOCELY VICTOR DE CASTRO
Externa ao Programa - 1006938 - LUCIANA XAVIER PEREIRA
Externa à Instituição - PABLINNY MOREIRA GALDINO DE CARVALHO - UESB
Notícia cadastrada em: 04/07/2024 17:05
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