ANÁLISE DAS ESTRATÉGIAS DE RESPOSTA NA GESTÃO DOS RISCOS DE INUNDAÇÃO, DE 2000-2020, NA COMUNA DE PORTO PRÍNCIPE -HAÍTI
Gestão territorial; Planejamento urbano; Governança ambiental; Sistemas de Informação Geográfica (SIG); Adaptação climática; Resiliência socioespacial
Esta dissertação aborda a análise das estratégias de resposta aos riscos de inundações no município de Porto Príncipe, capital do Haiti, entre os anos de 2000 e 2020. A cidade de Porto Príncipe, devido ao seu crescimento urbano rápido e desordenado, à sua topografia complexa e à sua localização geográfica, está particularmente exposta aos riscos de inundação provocados por eventos meteorológicos extremos, sobretudo nas zonas densamente povoadas próximas às bacias hidrográficas. Diante desse cenário, o principal objetivo da investigação foi identificar os fatores espaço-temporais que exacerbam essa vulnerabilidade, correlacionando o crescimento populacional, a expansão urbana e a topografia local. A metodologia adotada baseia-se em uma abordagem sistêmica, integrando a análise espacial de imagens de satélite Landsat LCO9 cobrindo o período de 2000 a 2020, obtidas por meio da plataforma USGS Earth Explorer, e o uso de dados disponíveis, combinados com uma leitura crítica da literatura científica e de relatórios institucionais. O trabalho também evidencia as limitações das políticas públicas e a fragilidade das respostas institucionais frente a desastres naturais. Os resultados revelam uma forte correlação entre a ocupação desordenada do solo, a ineficiência das infraestruturas de drenagem e a recorrência das inundações. As áreas mais afetadas são, frequentemente, as mais pobres, localizadas em zonas de alto risco. Esta dissertação propõe recomendações para o fortalecimento da resiliência urbana, incluindo uma melhor gestão do ordenamento territorial, maior envolvimento das comunidades locais e uma gestão integrada das bacias hidrográficas. Em síntese, este estudo contribui para a compreensão das causas estruturais das inundações em Porto Príncipe e destaca a urgência de uma governança ambiental coerente para enfrentar os crescentes desafios relacionados aos riscos climáticos em áreas urbanas.