Banca de DEFESA: MATHEUS FERREIRA RIOS

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : MATHEUS FERREIRA RIOS
DATA : 28/06/2024
HORA: 09:30
LOCAL: Banca Remota
TÍTULO:

A medicalização da COVID19 e a crise da autoridade científica


PALAVRAS-CHAVES:

COVID-19; medicalização; Ulrich Beck; Michel Foucault; sociedade de risco


PÁGINAS: 42
RESUMO:

A medicalização é um fenômeno se refere ao modo como aspectos da vida cotidiana são incorporados pela área da medicina. Mais detalhadamente, a medicalização diz respeito ao modo como o saber médico adquire o poder de interferir na construção de conceitos, de costumes e de comportamentos sociais. Isso ocorre porque o estado de saúde, tanto em nível individual quanto populacional, tornou-se uma condição vital para o funcionamento das sociedades capitalistas, uma vez que ele sustenta a preservação e a produtividade da força de trabalho. Em virtude da crise de saúde desencadeada pela pandemia de COVID-19 (Corona Virus Disease 2019), o poder do conhecimento médico adquiriu uma significância ainda maior em nossa sociedade, resultando em incontáveis mudanças no cotidiano de milhões de pessoas ao redor de todo o globo. Com o intuito de contribuir para um melhor o entendimento desse fenômeno no cenário pandêmico, o presente trabalho pretende explorar três questões principais sobre o tema da medicalização. Primeiramente, abordaremos como o termo medicalização tem sido teoricamente compreendido. A seguir, examinaremos como e por que a sociedade na modernidade passou a legitimar a atuação da medicina para além de seus limites tradicionais. Para isso, introduziremos alguns dos principais estudos do pensador Michel Foucault, empreendidos ainda na década 1970, em especial sobre a escalada do desenvolvimento médico e sanitário das sociedades europeias ao longo dos últimos séculos. Por fim, investigaremos a sociedade de risco teorizada por Ulrich Beck e como ela afeta o fenômeno da medicalização na contemporaneidade. A partir das questões analisadas, foi possível perceber que a medicalização é um fenômeno complexo, multifacetado e que desempenhou um papel fundamental no processo de modernização das sociedades ocidentais, especialmente nos momentos em que foram atravessadas por crises sanitárias. Além disso, ao longo do último século, a medicalização avançou sobre mais aspectos da vida humana, ao ponto de ser caracterizado por Foucault (2010a [1974]) como “indefinida”, já que a partir do século XX não mais parecia ser possível definir os limites de atuação para o saber médico. No entanto, ao longo da história, à medida que o fenômeno da medicalização continuou a progredir, uma parcela cada vez maior da sociedade, ciente dos riscos associados à medicina moderna, tem agido de maneira conflituosa, questionando tanto os resultados produzidos pela medicina quanto suas motivações subjacentes. A pandemia de COVID-19 é um exemplo claro dessa crescente desconfiança. Estaria na natureza reflexiva dos riscos modernos os limites da medicalização? A resposta a essa pergunta, à luz dos pensamentos de Foucault e Beck, pode ser essencial para se compreender como a sociedade lida com os desafios de saúde contemporâneos e como se preparar para enfrentar futuros desafios.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1675333 - ROGERIO ANTONIO PICOLI
Interno - 1920469 - LUIZ PAULO ROUANET
Externo à Instituição - MARCO ANTONIO SOUSA ALVES - UFMG
Notícia cadastrada em: 27/06/2024 09:16
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