UBIRATAN GUIMARÃES NO CARANDIRU: uma análise sobre a banalidade do mal e o estado de exceção em face ao julgamento do comandante do Massacre do Carandiru
Banalidade do mal; massacre do Carandiru; Direitos humanos.
Há pouco mais de 30 anos, ocorria no Brasil uma das maiores atrocidades perpetradas pela força policial no sistema prisional: o Massacre do Carandiru. Após grande repercussão internacional, em que se escancara o desprezo institucional pelos direitos humanos dos encarcerados, o comandante da ação no Carandiru foi processado e julgado pela justiça brasileira. A despeito dos 111 detentos mortos no incidente, a defesa do coronel Ubiratan Guimarães afirmou que este agiu em estrito cumprimento de seu dever legal. Tal emblemático caso reflete a banalização da morte de indivíduos encarcerados que, em face aos excessos da polícia militar, enfrentaram a pena capital. Diante do julgamento em comento, a presente pesquisa pretende enfrentar o problema da banalidade do mal no sistema carcerário, tomando como prisma de análise o pensamento de Hannah Arendt acerca da banalidade do mal em sistemas desumanizadores.