O constitutivismo nietzschiano de Paul Katsafanas
Agência moral; Constitutivismo; Christine Korsgaard; Paul Katsafanas; Friedrich Nietzsche
O presente trabalho insere-se no debate contemporâneo acerca da agência moral, da deliberação e dos fundamentos da normatividade, examinando inicialmente as tensões entre modelos internistas e externistas de motivação. O objetivo central é analisar criticamente o constitutivismo kantiano de Christine Korsgaard, investigando se sua concepção de agência, entendida como autoconstituição e identidade prática, é capaz de oferecer respostas substantivas ao problema da autoridade normativa e satisfazer o requisito prático de unificar reivindicações morais e motivação psicológica. Adotando como procedimentos o estudo detalhado dos textos e a análise de seus elementos, como tema, problema, posição defendida, argumentos, evidências e construção conceitual, o trabalho realiza uma reconstrução racional das teses examinadas. Em seguida, avalia-se a plausibilidade das posições, bem como a consistência para afastar contradições e a coerência interna dos argumentos, observando se seus componentes se articulam de modo logicamente conectado. Discutem-se também as limitações da abordagem de Korsgaard, especialmente sua dificuldade em lidar com processos pré-reflexivos. A partir dessa avaliação crítica, o trabalho confronta a perspectiva kantiana com o constitutivismo nietzschiano desenvolvido por Paul Katsafanas, que integra os impulsos (drives) como elementos estruturantes da orientação avaliativa e incorpora conteúdos não conceituais à atividade agencial. Espera-se que, ao final do trabalho, seja possível demonstrar que a versão nietzschiana oferece recursos teóricos mais robustos e consistentes para responder aos desafios metaéticos da atualidade, superando as lacunas deixadas pelo formalismo da autoconstituição kantiana.