Banca de QUALIFICAÇÃO: ANA FLAVIA PEREIRA DE MIRANDA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ANA FLAVIA PEREIRA DE MIRANDA
DATA : 30/03/2023
HORA: 14:30
LOCAL: Forma remota - https://meet.google.com/odt-bcax-upu
TÍTULO:

A MATERIALIZAÇÃO POLÍTICA DOS SENTIDOS: UMA ABORDAGEM SEMÂNTICO-ENUNCIATIVA DAS FORMAÇÕES NOMINAIS DIA E NOITE


PALAVRAS-CHAVES:

 Semântica da Enunciação. Dia. Noite. Formação Nominal. Mitologia cristã.


PÁGINAS: 50
RESUMO:

Esta pesquisa se filia à teoria balizada pela Semântica da Enunciação e tem como reflexão os efeitos de sentido (des)regularizados pelas formações nominais (FN) que se apresentam organizadas em torno dos nomes-núcleo ‘dia’, ‘noite’, ‘luz’, ‘trevas/escuridão’ e dos convergentes ‘diurno’ e ‘noturno’.  Estamos alicerçados pela noção de que a realidade ganha pertinência na enunciação; assim, de que não há objetos a priori. Postulamos, desse modo, que a proliferação da mitologia judaico-cristã no Ocidente atua na enunciação do dia e da noite. Embasados, então, nos conceitos de formação nominal, referencial histórico e pertinência enunciativa, desenvolvidos por Dias (2018), bem como nas noções de acontecimento, espaço de enunciação, cena enunciativa e político, apresentadas por Guimarães (2017), temos a hipótese de que a Bíblia Cristã, ainda hoje, rege os referenciais das FNs que tencionamos analisar. Isso posto, perpassa-nos o entendimento de que tanto o ‘Gênesis’ como o ‘Evangelho de João’, ao designarem a luz, o claro e o bom como ‘dia’; e as trevas, a escuridão e o que não é bom como ‘noite’, constituem sócio-historicamente a memória enunciativa dessas FNs e, por conseguinte, ancoram sua atualidade. Amparados metodologicamente pelo procedimento de análise denominado redes enunciativas (DIAS, 2018), buscaremos, de forma geral, descrever em que medida os efeitos de sentido dessas formações nominais se sustentam nos referenciais históricos mobilizados enunciativamente pela mitologia cristã; procuraremos, especificamente, detalhar as duas subcategorias de referencial histórico (MARTINS, 2021), explicitar a participação do viés político nas divisões enunciativas que se configuram no dizer, bem como discorrer acerca de como podemos estudar a sinonímia e a antonímia sob o viés semântico-enunciativo. Acreditamos que há uma soberania do político nos enunciados que, ancorados nessa mitologia, fazem emergir, por exemplo, a escuridão e a luz de forma tão diáfanas no Ocidente. Posto que o divino é obra das palavras, postulamos que somente por intermédio da linguagem, e não de algo divino, relacionamo-nos com a história e, especificamente nesta pesquisa, com a história divina do mundo. Trata-se, por fim, de um labor sobre a palavra e os sentidos, na tentativa de dar luz à materialização política dos sentidos, seus movimentos discursivos e implicações histórico-sociais.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - LUIZ FRANCISCO DIAS - UFMG
Notícia cadastrada em: 09/03/2023 13:53
SIGAA | NTInf - Núcleo de Tecnologia da Informação - | Copyright © 2006-2024 - UFSJ - sigaa02.ufsj.edu.br.sigaa02