A estética do medo no legado de Edgar Allan Poe: uma viagem por meio da palavra, da imagem e do som
Estética do medo. Transmidialidade. Adaptação. Re-visão. Conceito viajante. Literatura Comparada.
O medo, sentimento primitivo e comum aos seres de diferentes espaços temporais, geográficos e culturais, é relatado de diferentes maneiras, possuindo causas, consequências, tipos e aparências diversas. A estética do medo viaja por entre as narrativas sendo elas ficcionais ou reais, em mídias verbais e não verbais. A presente dissertação objetiva analisar como a estética do medo perpassa os contos O Barril de Amontillado e O Coração Delator, de Edgar Allan Poe e suas adaptações em forma de (a) reescrita exemplificadas por contos de Lygia Fagundes Telles, (b) ilustrações de artistas clássicos, como Harry Clarke e Arthur Rackham, e contemporâneos, como Landis Blair e Mariana Funes, (c) animações da Enciclopédia Britannica e Columbia Pictures, e, finalmente, (d) canções de um álbum da banda The Alan Parsons Project. Desse modo, analisaremos as obras selecionadas com a finalidade de observar como o medo é manifestado nas narrativas de acordo com as especificidades de cada mídia e em seus respectivos contextos históricos e culturais. Para tal fim, as análises ocorrerão à luz dos estudos da intermidialidade, mais especificamente a transmidialidade segundo Irina Rajewsky, que estuda a relação através das mídias adotando, também, o conceito viajante proposto por Mieke Bal. Já a noção de re-visão de Adrienne Rich será abordada para a análise da reescrita como adaptação. Desse modo, verificaremos como o medo, esse sentimento tão conhecido e, ao mesmo tempo, infamiliar se configura nas narrativas de modo a despertar no leitor diferentes sensações e reflexões.