Banca de DEFESA: HIAGO HIGOR DE LIMA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : HIAGO HIGOR DE LIMA
DATA : 11/03/2022
HORA: 14:00
LOCAL: Online
TÍTULO:

O JOGO DE IMAGENS EM NARRATIVAS DE MIGRANTES E(M) DISCURSO


PALAVRAS-CHAVES:

Narrativas de vida. Migrantes de Crise. Análise do Discurso. Português Língua de Acolhimento.


PÁGINAS: 113
RESUMO:

 

Ainda incipientes em pesquisas no campo da Análise do Discurso (AD) Francesa, narrativas de vida (BEARTEAUX, 2010; MACHADO, 2009-2016; CARVALHO, 2016) se constituem como nova materialidade discursiva (MACHADO, 2016). Neste trabalho, delimita-se o estudo dessas novas materialidades aos discursos de sete migrantes de crise (BAENINGER E PERES, 2017; CLOCHARD, 2007) em imersão no Brasil, sobretudo no que tange à aprendizagem de português, por serem estudantes de Português Língua de Acolhimento (PLAc) em uma instituição de ensino superior de Minas Gerais (MG). Destarte, pela compreensão do discurso como efeito de sentido entre locutores (PÊCHEUX, 1969), para a análise das narrativas de vida desses migrantes, parte-se de uma articulação entre alguns conceitos da AD Francesa – notadamente aqueles fundamentados por Michel Pêcheux (1969, 1975), tais como o supracitado conceito de discurso, condições de produção do discurso e formações imaginárias – e pressupostos atuais relacionados à migração de crise no Brasil, dentre os quais: o discurso da falta (DINIZ E NEVES, 2018), o discurso da obrigatoriedade da aprendizagem de português (GASPARINI E LIMA, 2020; LOPEZ, 2016, 2018, 2020a, 2020b; MIRANDA, 2021), o questionamento acerca do acolhimento do migrante – especificamente no que diz respeito ao PLAc, – práticas assimilacionistas (ANUNCIAÇÃO, 2018), a demonização do migrante (GALVÃO, 2019), bem como sua essencialização e totalização (LOPEZ E MIRANDA, 2019; MAHER, 2007), categorizações que culminam na sua invizibilização (DINIZ E NEVES, 2018), silenciamento (ANUNCIAÇÃO, 2018), vulnerabilidade (SÃO BERNARDO, 2016) e desamparo (AMADO, 2013; LOPEZ, 2016). Os resultados apontam para uma relação de (des)amparo do migrante a partir da (não) aprendizagem da língua portuguesa, alusiva também às imagens que o sujeito migrante projeta de si, do outro e do lugar que o português ocupa em seu discurso. A sala de aula de PLAc, ambiente intercultural por essência, é projetada pelo migrante como lugar para além da aprendizagem da língua. Lugar da interculturalidade (MAHER, 2007), a sala de aula de PLAc é configurada, no discurso dos migrantes, como espaço de interação social, amparando e acolhendo o migrante, sendo o professor imaginado como aquele que realmente os ampara e os acolhe. Já em consideração a demais lugares do entorno, há a ilusão e/ou refutação da imagem de acolhimento. Em algumas narrativas analisadas ocorrem contradições nos discursos, de forma velada e a despeito da consciência do sujeito migrante, os quais desvelam o discurso da falta e o não acolhimento por parte do brasileiro, diferentemente do que se promulga internacionalmente acerca do Brasil como um país acolhedor de migrantes. Essas ponderações reiteram a correlação entre narrativas de vida do sujeito e os discursos que se constituem/são constituídos ao longo da história, por essa razão: narrativas e(m) discurso.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1434816 - EDMUNDO NARRACCI GASPARINI
Interna - 2141488 - NADIA DOLORES FERNANDES BIAVATI
Externo à Instituição - LEANDRO RODRIGUES ALVES DINIZ - UFMG
Notícia cadastrada em: 04/03/2022 21:52
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