PPGeog PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO Telefone/Ramal: Não informado

Banca de QUALIFICAÇÃO: JOÃO FRANCISCO DE OLIVEIRA NETO

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : JOÃO FRANCISCO DE OLIVEIRA NETO
DATA : 28/04/2023
HORA: 14:00
LOCAL: Virtual
TÍTULO:

UM PASSADO PRESENTE, O TEMPO DO ONÇA E AS MARCAS DA FERA: UMA ANÁLISE EPISTEMOLÓGICA DA FORMAÇÃO TERRITORIAL DO DISTRITO DE EMBOABAS


PALAVRAS-CHAVES:

Formação Territorial; Metabolismo Social; Comunidades Distritais.


PÁGINAS: 98
RESUMO:

O seguinte trabalho consiste na elaboração de uma análise da formação territorial do Distrito de Emboabas sob uma perspectiva epistemológica-geográfica, na identificação das nuances de uma territorialidade relativa à comunidade do Onça, composta pelos habitantes da Vila de São Francisco de Assis do Onça, localizada por sua vez no município de São João del Rei, MG. Questões como o descaso geohistórico e a condição esquecida com que as escalas distritais brasileiras são conceituadas e tratadas pelo poder público, trazem consigo a precariedade territorial e o epistemicídio de seus saberes e práticas locais como processos instrumentalizados na consagração do poder hegemônico. Ao partir da hipótese de que essas negligências teórico-conceituais e prático-políticas-normativas estão intimamente ligadas à concepções substantivas do território, verbo expresso no infinito que opera na naturalização das relações de poder, as discussões propostas atentam às narrativas, discursos e quadros cognitivos que protagonizam, transformam e reificam os diferentes usos e significações do espaço investigado. Através de uma dupla-crítica que atenda a um pensamento fronteiriço, capaz de transitar entre os abismos epistemológicos da modernidade/colonialidade, busca-se um posicionamento análitico que possibilite a construção de uma teoria mundana, que acompanhe as transformações e dilemas da sociedade contemporânea sem deixar de lado a rigorosidade do pensamento científico, mas que deixe inundar-se de práticas e saberes situados no mundo. No caso de Emboabas, problemáticas de ordens materiais e simbólicas, como o envelhecimento populacional, o arrendamento de terra e a promoção da agroindústria corporativa, convergem para o apagamento da memória coletiva e do topônimo local a favor da racionalização e patrimonialização nacional do território brasileiro, assim como da exploração e expropriação capitalista. Visto que o hibridismo aparece como forte elemento territorial de Emboabas, faz-se necessário também um esforço teórico-operacional em superar concepções dicotômicas como Sociedade/Natureza, Teoria/Prática, Espaço/Tempo, Urbano/Rural. Apesar dos efeitos panópticos que acompanham e se acumulam ao longo dos últimos três séculos de Emboabas, é possível constatar o protagonismo político, ainda que subalternizado, de sua comunidade local. Isso se evidencia tanto na re-apropriação de mecanismos eco-técnico-culturais das condições de reprodução do poder hegemônico, como revelam as práticas de co-operação e solidariedade construídas sob as estruturas de ordenamento eclesiástico das Minas setencistas, quanto em outras relações sócio-metabólicas que possibilitam a construção de uma territorialidade com fortes bases locais de reprodução. Espera-se que o texto sirva como instrumento de denúncia da precarização territorial que se encontra a comunidade do Onça, assim como chamar a atenção da comunidade científica para a relevância e complexidade de estudos de caso como este.


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1870878 - IVAIR GOMES
Externo à Instituição - RENAN AMABILE BOSCARIOL - IFB
Externo à Instituição - EVERALDO BATISTA DA COSTA - UnB
Externo à Instituição - ARLON CANDIDO FERREIRA
Notícia cadastrada em: 03/04/2023 14:24
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