PPGeog PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO Telefone/Ramal: Não informado

Banca de DEFESA: JOÃO FRANCISCO DE OLIVEIRA NETO

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : JOÃO FRANCISCO DE OLIVEIRA NETO
DATA : 22/11/2023
HORA: 19:00
LOCAL: Virtual
TÍTULO:

SOCIO-METABOLISMO DO ONÇA E AS MARCAS DA FERA: UMA ANÁLISE TERRITORIAL DO DISTRITO DE EMBOABAS-MG


PALAVRAS-CHAVES:

Formação Territorial; Metabolismo Social; Ermo; Escala Distrital; Descaso Geohistórico.  


PÁGINAS: 98
RESUMO:

Ermo, fim de mundo, expressões que conotam uma severa qualidade de atraso, vazio, e sobretudo de um espaço a-histórico, onde nada acontece, estão entre os léxicos topológicos que dão sentido ao que foi o antigo Arraial de São Francisco de Assis do Onça, hoje anexado ao município do São João Del Rei-MG e oficializado enquanto Distrito de Emboabas, mesmo que em desacordo com a comunidade local que insiste no uso de seu antigo topônimo. O povo do Onça, protagonistas históricos que, apesar de terem suas escrituras no espaço invisibilisadas e negligenciadas pelos centros de simbolização do mundo moderno, fazem do ermo um espaço repleto de significações, afetos, costumes e memórias que dão um sentido coletivo de sua comunidade. Ao partir da hipótese de que a discordância toponímica presente no Distrito de Emboabas/Onça envolve mais do que uma pontual correção de nomenclatura na malha distrital mineira, mas esconde uma complexa conflitividade que se estabelece na clivagem constituinte de um sistema mundial moderno/colonial, o seguinte trabalho tem como principal objetivo tecer uma análise da formação territorial do Distrito de Emboabas com ênfase nos usos e representações territoriais de sua comunidade local. Com esse intuito, fundamentadas na tradição geográfica latino-americana de análise territorial, as discussões a seguir partem da ativação popular do antigo topônimo do Onça como porta de entrada empírica das investigações de sua territorialidade. Em um constante e complexo processo de fricção, tensão e simbiose com os projetos globais de imposição de um modelo civilizatório universal equacionado na Europa enquanto centro do mundo, outras histórias e saberes locais são impelidos a elaborar estratégias de se fazer vivíveis e visíveis, as contradições que a modernidade incide em seus territórios. Ao se atentar para as relações socio-metabólicas entre a des-ruralização populacional do Distrito de Emboabas com a modernização da agricultura brasileira, sobretudo no que tange à expansão do monucultivo de soja na região do Campo das Vertentes-MG, o texto propõe uma reflexão crítica acerca dos impactos socioambientais desencadeados pelo complexo produtivo da soja em uma comunidade distrital, assim como busca angariar as estratégias situadas de organização contra-hegemônicas frente à instrumentalização capitalista de seus territórios de vida. Como operação estético-política explicitamente barroca, o povo do Onça ativa sua antiga toponímia de catequese de maneira a resgatar um passado que se faz presente como estratégia de deslocamento e acomodação comunitária entre as fronteiras epistemológicas do modernidade. Ainda que em processo de precarização e des-envolvimento territorial, uma cartografia barroca insurge das Minas como afirmação de uma práxis eclesiástica de importância central para a regulação dos fluxos materiais e imateriais da comunidade do Onça.


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1870878 - IVAIR GOMES
Externo à Instituição - RENAN AMABILE BOSCARIOL - IFB
Externo à Instituição - EVERALDO BATISTA DA COSTA - UnB
Externo à Instituição - ARLON CANDIDO FERREIRA
Notícia cadastrada em: 14/11/2023 14:59
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