REPRESENTATIVIDADES ÉTNICAS - RACIAIS EM LIVROS DIDÁTICOS DE GEOGRAFIA, DIÁLOGOS COM O PENSAMENTO DECOLONIAL
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Os livros didáticos são ferramentas intrinsecamente ligadas à educação brasileira, considerados importantes instrumentos de ensino-aprendizagem. Com esta perspectiva a pesquisa tem por objetivo delinear os discursos étnico-raciais que ainda possam aparecer nos livros didáticos de Geografia sob o ponto de vista eurocêntrico ou de forma que não valorizem esses povos. Para isso é necessário de antemão analisar de que forma ocorreu a evolução da ciência geográfica paralelamente ao seu ensino escolar, pois é através destes pressupostos que compreenderemos tais discursos. Desta forma pretende-se demonstrar como os livros didáticos atuais abordam as questões étnicas – racial assunto sensível que em diversos momentos da história já foram subestimados ou estigmatizados. A Geografia por muito tempo serviu como instrumento de poder utilizado pelo Estado nas escolas para que as propostas de ensino corroborassem para a manutenção de uma estrutura social cristalizada, onde diversos fenômenos eram considerados naturais. Contudo, ao longo das últimas décadas, diante de inúmeras transformações sociais, o livro didático vem passando por várias transformações, ressignificando a sua abordagem e proporcionando ao ensino geográfico função relevante na formação cidadã. Assim, diante de um país com heranças escravocratas, torna-se essencial pensar o livro didático enquanto instrumento capaz de contemplar uma sociedade plural e mais democrática. Ao considerarmos o livro didático como o objeto central da pesquisa, tem-se a convicção que o discurso Decolonial proporcionará novos olhares a partir de um diálogo entre o livro, seus discursos e suas singularidades.