CIDADES CRIATIVAS E DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL: BELO HORIZONTE CAPITAL CRIATIVA DA GASTRONOMIA
Cidades Criativas; Cultura; Desenvolvimento; Gastronomia; Planejamento; Políticas Públicas; Território.
No arco da última década e meia, a cidade criativa surge como fruto da era pós-industrial, em que se constatou a necessidade das cidades se reinventarem a partir de uma relação estratégica com a criatividade, substancialmente, com a indústria criativa e com a economia criativa. Partido dessa necessidade, a formulação desta expressão tem nascitura na valorização dos ativos sociais e culturais, ou seja, na valorização da arte, da cultura e da inovação, por meio da qual é possível a geração de desenvolvimento econômico e territorial. As Nações Unidas, por meio da UNCTAD e da UNESCO, nos primeiros anos do segundo milênio incorporam essas iniciativas, asseverando a importância do meio urbano ordenado pela criatividade. O resultado dessa ação se corporificou na consagração da Rede de Cidades Criativas da UNESCO, no ano de 2004, que estabeleceu o compromisso de investir na criatividade e na cultura como fatores estratégicos para o desenvolvimento urbano. Este trabalho tem por objetivo compreender, na dinâmica das cidades criativas, que utilizam a cultura e ativos sociais como estratégia de gestão urbana, a relação entre a construção de uma identidade territorial e sua confluência com a Rede de Cidades Criativas da UNESCO. No estrito caso, visa-se amparar baliza contextual na recente eleição da cidade de Belo Horizonte, no Estado de Minas Gerais, como capital criativa da gastronomia. Nesse contexto, o trabalho visa compreender, por meio de um diagnóstico do cenário gastronômico belo horizontino, as interfaces no desenvolvimento territorial, bem como o modo com que as identidades, que são construídas a partir de elementos, expressões culturais e produtivos de cada território, são fatores que dão guarida ao desenvolvimento das externalidades de aglomeração e dos consequentes clusters ativos culturais na efetivação de uma cidade criativa. Com efeito, visa-se, nesta discussão, a tentativa de estabelecer diretrizes de desenvolvimento territorial por meio de políticas públicas ações turísticas.