Foucault e a ontologia do presente: éthos crítico, éthos parresiástico e resistência
Foucault; onotologia do presente; atitude crítica; parrhēsía.
A julgar pela insistência de Foucault em sustentar que as relações de poder não acontecem sem contra-investimentos, esta dissertação se propõe a problematizar a relação entre governo e resistência nos escritos do autor. Considerando que “governo” se refere às práticas de poder racionalizadas e institucionalizadas, como também a toda forma de conduzir a conduta de si e dos outros, é possível discernir um papel importante e um vínculo estreito entre atitude crítica e parrhēsía na história da governamentalidade. Sendo assim, nosso trabalho tem por objetivo responder à seguinte questão: levando em conta que atitude crítica e parrhēsía constituem éthos filosóficos na história da governamentalidade, qual relação há entre éthos crítico e éthos parresiástico e como essa relação se estabelece? Nossa hipótese é que o vínculo entre éthos crítico e éthos parresiástico está na produção de práticas de liberdade que possibilitam criar formas de resistência ao excesso de governamentalidade. Em segundo lugar, crítica e parrhēsía possibilitam a Foucault pensar a própria filosofia como ferramenta por meio da qual podemos interrogar o momento em que vivemos. Dessa forma, éthos crítico e éthos parresiástico coadunam-se na produção de formas de resistência e na realização de uma ontologia do presente.