Banca de DEFESA: ANTÔNIO ISMAEL DA SILVA LIMA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ANTÔNIO ISMAEL DA SILVA LIMA
DATA : 06/03/2024
HORA: 14:00
LOCAL: Campus Dom Bosco Sala 1.49
TÍTULO:

Necropolítica e precariedade nos campos de concentração da seca no Ceará


PALAVRAS-CHAVES:

biopolítica; campos de concentração; necropolítica; precariedade; seca.


PÁGINAS: 115
RESUMO:

Dentre as políticas de combate às secas mais controversas e criminosas promovidas no estado do Ceará, pautaremos neste trabalho a experiência de criação, implementação e ampliação de campos de concentração, especialmente o Campo do Patu, em Senador Pompeu, que tinham como objetivo confinar e controlar os retirantes da seca durante três momentos de longa estiagem na história do nosso estado: 1877, 1915 e 1932. Inseridos neste cenário de profunda negação da vida, que intensivamente lançou mão de mecanismos de controle e de gerenciamento dos corpos, buscamos compreender o fenômeno a partir do arcabouço da bio-necropolítica. Tal arcabouço assume a necropolítica como a manifestação da lógica própria do poder nas sociedades ocidentais, nos termos propostos pelo filósofo Achille Mbembe. Trabalharemos as análises promovidas pelo autor camaronês a partir de suas próprias fontes. Com isso, nosso trabalho será atravessado pelo pensamento político de nomes como Carl Schmitt, Walter Benjamin, Hannah Arendt, Michel Foucault e Giorgio Agamben. Este último ocupará espaço de destaque no segundo capítulo por nos ajudar na interlocução coms os demais pensadores. As reflexões biopolíticas de Agamben nos conduzirão com maior clareza ao pensamento mbembiano no terceiro capítulo. Finalizaremos este trabalho, identificando as relações que aproximam o conceito de necropolítica e a questão da precariedade em Judith Butler, compreendendo a condição precária como a submissão aos riscos do poder de morte produzida pelo necropoder. A precariedade é resultado da ação dos mecanismos de captura e politização da existência humana próprios da necropolítica, que determina o valor e o desvalor das vidas, separando-as, a partir da racialização, em vidas que merecem viver e vidas que merecem morrer. Ao final dos nossos estudos, ao tocarmos na questão da gestão do luto, concluiremos que a necropolítica, mais que viabilizar a morte do corpo biológico e a fabricação de vidas matáveis, também atua para o apagamento destas vidas mesmo após a sua morte física, tornando a produção de condições mortíferas para determinados corpos parte dos estratagemas do poder na história da política ocidental. 


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1675333 - ROGERIO ANTONIO PICOLI
Interno - 1278382 - CASSIO CORREA BENJAMIN
Externo à Instituição - CARLOS ARTHUR RESENDE PEREIRA - UFF
Notícia cadastrada em: 08/03/2024 14:24
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