“As Betas do Alto das Mercês em São João del Rei: camadas impressas em uma paisagem invisível”
Patrimônio material e imaterial, gravura, literatura de cordel, paisagem, betas.
Este trabalho tem como objetivo de estudo a importância do patrimônio cultural das “Betas do Alto das Mercês” em São João del Rei – MG. Desde a formação da cidade, que começou como uma pequena vila e atraiu inúmeros desbravadores que vieram para as inóspitas terras em busca do ouro. Um estudo histórico-bibliográfico é o ponto de partida para a pesquisa que busca investigar os primórdios da vila e seus primeiros habitantes. Quando o ouro, que era encontrado em abundância na superfície se torna escasso, a busca pelo metal precioso se torna um pouco mais difícil, porém, não inviável. A busca pelo ouro por entre as encostas, os veios entre as rochas de quartzo é a empreitada daqueles que percorrem enormes distâncias em busca da riqueza. Surgem então as escavações que deram origem às Betas. O estudo se baseia na paisagem, visível e invisível, formada por camadas, de fácil percepção ou não, deixadas como vestígios através dos séculos. A ênfase perceptível fica por conta da arquitetura colonial como é o caso da Igreja de Nossa Senhora das Mercês, ponto limite entre o centro histórico e o Alto das Mercês e o Fortim dos Emboabas. As betas, fazem parte do patrimônio tangível, porém quase invisível devido aos interesses da elite. É um legado que foi deixado em segundo plano, como pano de fundo. O patrimônio imaterial fica por conta da história oral, que se enquadra entre as mais belas e sensíveis formas de transmissão cultural. É a história daqueles que permaneceram, seus sonhos, medos, paixões e desenganos. Gravuras e cordéis ilustram os temas que surgem na pesquisa. É uma pesquisa transdisciplinar que se desenvolve entre as temáticas de arte, urbanidade, cultura e patrimônios material e imaterial.