Produção de imagens na mesorregião do Campo das Vertentes:
a fotografia sobre transformações socioespaciais
Fotografia; fotógrafos, memória, transformações socioespaciais, Mesorregião Campo das
Vertentes.
A presente pesquisa tem buscado reconhecer as transformações socioespaciais ocorridas a partir do advento
da chegada e da expansão da fotografia pelos fotógrafos e ou retratistas que circularam nas Minas Gerais
do século XIX e início do século XX, prioritariamente, aqueles que registraram a paisagem e a sociedade
de Barbacena, São João del-Rei e Lavras – pólos microrregionais da mesorregião do Campos das Vertentes
- nos quase 50 anos a partir da chegada da fotografia nesta região. Busca-se entender como a produção
imagética nesse território impactou a construção social e a estruturação da memória coletiva e a organização
social. Para subsidiar este estudo teórico-metodológico foram levantados referenciais teóricos sobre
questões urbanas, memória, Antropologia e/ou Sociologia da imagem, fotografia e sua história.
Concomitantemente, está ocorrendo o cruzamento de informações sobre os fotógrafos itinerantes, como
também a coleta das imagens fotográficas deste período em acervos disponíveis, que corroboram para
entendimento do ofício da fotografia e da produção fotográfica no Brasil, nas Minas Gerais, e
especificamente nessa mesorregião, na época estudada. Os pioneiros da fotografia vindos de vários lugares,
ao expandirem suas atividades nessa região, trouxeram mais que a produção e a comercialização de retratos,
propiciaram a fotografia ser assimilada como documento da realidade e ser consumida como elemento de
uma modernidade em implantação. Entende-se que a fotografia seja um instrumento que comunica, dialoga,
permite desvelar camadas ao “colocar luz e foco” e contextualizar os olhares e as percepções sobre essa
região, contribuindo para a formação da memória e dos lugares de memória. A pesquisa permite ainda a
reflexão sobre as dimensões estéticas, sociais, culturais, históricas, políticas, econômicas e psicológicas,
inclusive interferindo subjetiva e concretamente para a transformação da paisagem e da percepção do
espaço urbano.