AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE E TOXICIDADE DO EXTRATO METANÓLICO E FRAÇÕES OBTIDAS DO PERICARPO DE Tecoma stans
Palavras-chave: Tecoma stans, atividade antioxidante, fitoquímica, toxicidade, Artemia salina
Os compostos fenólicos são metabólitos secundários com reconhecido potencial antioxidante e citotóxico, despertando o interesse para aplicações biomédicas. A espécie Tecoma stans, nativa do México e Estados Unidos, tradicionalmente empregada na medicina popular, apresenta uma diversidade fitoquímica relevante, incluindo flavonoides, taninos e cumarinas. Esse trabalho visou avaliar o potencial antioxidante, a toxicidade e o perfil químico do extrato metanólico (EM) e de suas frações (diclorometânica – DCM, acetoetílica – ACE e hidrometanólica – HID), obtidas a partir do pericarpo da planta. Foi realizada a extração do material vegetal seco em aparelho Soxhlet com metanol, obtendo-se EM, que foi particionado para a preparação das frações DCM, ACE e HID. Essas amostras foram triadas fitoquimicamente para avaliação de sua composição, quanto ao seu potencial antioxidante através dos ensaios 2,2-difenil-1-picril-hidrazila (DPPH) e pelo poder redutor dos íons férricos (FRAP), e quanto a toxicidade utilizando-se modelo de Artemia salina. Na triagem fitoquímica, em EM e HID foi detectada apenas cumarinas, para DCM flavonoides, triterpenos, alcaloides e cumarinas, e taninos condensados e cumarinas para ACE. Todas as amostras apresentaram atividade antioxidante nos dois ensaios utilizados. No teste DPPH, a fração ACE apresentou a menor CE₅₀ (14,87 µg/mL), indicando maior eficácia antioxidante, seguida por DCM (32,77 µg/mL), EM (77,02 µg/mL) e HID (89,07 µg/mL), todas mais eficazes que o controle BHT. No método FRAP, as frações também demonstraram elevada capacidade redutora, com destaque para as frações DCM e HID. A quantificação dos compostos indicou que DCM foi a fração mais rica em fenóis totais (113,81 µg EAG/mg), enquanto HID apresentou o maior teor de flavonoides (46,93 µg EQ/mg). A avaliação toxicológica frente à Artemia salina indicou que apenas a fração ACE exibiu toxicidade significativa, com CL50 de 539,61 µg/mL. Esses resultados demonstram que o pericarpo de T. stans, um subproduto vegetal, é uma fonte relevante de compostos bioativos. Os dados obtidos reforçam o potencial da espécie como matéria-prima para o desenvolvimento de novos fármacos e justificam investigações futuras para a elucidação dos mecanismos moleculares envolvidos. Esse é o primeiro relato, de acordo com o nosso conhecimento, para o estudo fitoquímico e avaliação da atividade antioxidante e
toxicidade de frações polares do pericarpo da espécie Tecoma stans.