Avaliação da atividade antimicrobiana de diferentes extratos de própolis contra bactérias patogênicas de peixes: estudo in vitro e teste de protocolo in vivo
Palavras-chave: Própolis; Aquicultura; Microbiota intestinal; Hyphessobrycon eques; Biofilme bacteriano; Aeromonas hydrophila; Pseudomonas aeruginosa
A intensificação da aquicultura tem impulsionado a busca por alternativas ao uso dos antimicrobianos já comercializados. Este estudo avaliou a atividade antimicrobiana in vitro e antibiofilme de extratos de própolis verde (etanólico e aquoso) frente às bactérias patogênicas Aeromonas hydrophila, Pseudomonas aeruginosa e Streptococcus agalactiae, além de propor um protocolo inédito para a análise da microbiota intestinal de peixes Hyphessobrycon eques alimentados com ração suplementada com própolis. Os testes de Concentração Inibitória Mínima (CIM) e Concentração Bactericida Mínima (CBM) revelaram que o extrato aquoso apresentou atividade bacteriostática e bactericida contra A. hydrophila (CIM e CBM de 275 µg/mL), enquanto o extrato etanólico apresentou efeito bacteriostático contra P. aeruginosa (MIC de 573 µg/mL). Nenhum dos extratos foi eficaz contra S. agalactiae. Na avaliação antibiofilme, apenas o extrato aquoso reduziu significativamente biofilmes maduros de A. hydrophila, embora não tenha inibido sua formação. O protocolo in vivo demonstrou que a suplementação com extrato aquoso de própolis se relacionou a redução da abundância de bactérias Gram-negativas, com destaque para a menor abundancia de microrganismos do gênero Pseudomonas. Os resultados apontam a própolis como uma ferramenta terapêutica na aquicultura, atuando tanto na prevenção de infecções bacterianas quanto na promoção da saúde intestinal dos peixes.