Avaliação dos efeitos indiretos da tolerância oral após a aplicação tópica
de biogel de colágeno associado a nanopartículas de ouro
funcionalizadas com Ovalbumina no reparo de feridas de pele de
camundongos
Cicatrização, reparo de feridas de pele, tolerância oral,nanopartículas
de ouro, matriz de colágeno.
A cicatrização de feridas permanece um desafio significativo tanto do
ponto de vista clínico quanto social. O processo de reparo de feridas é
intrincado, envolvendo múltiplos fatores que interagem ao longo do tempo, e
qualquer falha em uma das etapas pode resultar em cicatrizes patológicas. A
engenharia de tecidos tem avançado consideravelmente, especialmente no
uso de biomateriais para terapias regenerativas. Estudos anteriores de nosso
grupo de pesquisa, já demonstrou a eficácia de biomateriais como a matriz de
colágeno (MC) e nanopartículas de ouro (AuNP) de tamanho 7nm no
processo de cicatrização. Além disso, a tolerância oral tem se mostrado um
método promissor e eficiente para o reparo de feridas. Neste estudo,
investigamos um tratamento tópico que combina matriz de colágeno (MC) e
nanopartículas de ouro (AuNP) funcionalizadas com ovalbumina (OVA), aliado
ao efeito sistêmico de uma proteína administrada por via oral para melhorar a
cicatrização de feridas cutâneas. Avaliamos diferentes grupos: controle
(salina), animais não tolerados (NT) à ovalbumina (OVA), com aplicação
tópica de nanopartículas de ouro (AuNP) isoladamente e conjugada a OVA,
em conjunto com a matriz de colágeno (MC). Também foram incluídos
animais tolerizados (Tol.) a ovalbumina, tratados apenas com nanopartículas
de ouro (AuNP) e também conjugada a OVA e associado à matriz de
colágeno (MC). Os resultados mostraram que o tratamento promoveu rápida
reepitelização e formação de tecido de granulação vascularizado em 7 dias, e
melhorou o remodelamento da cicatriz em 60 dias, apresentando uma
neoderme com deposição de colágeno similar à pele intacta, com fibras de
colágeno mais espessas e entrelaçadas na derme reticular. Concluímos que a
combinação de tolerância oral e aplicação tópica de AuNP + OVA e aplicação
tópica de AuNP + MC no dia da lesão, reduziram a inflamação. A aplicação
tópica de AuNP foi capaz de estimular a angiogêse após 7 dias da lesão. O
processo de remodelamento resultou em feixes de colágeno mais
organizados nos tratamentos Tol. AuNP + OVA e AuNP + MC, embora a
regeneração de anexos dérmicos não tenha sido observada. Em comparação
às AuPs de tamanho 7nm estudadas anteriormente e a de 14nm abordada
neste estudo, não foram observadas diferenças nos resultados obtidos