ANÁLISE COMPARATIVA DE PARÂMETROS PULMONARES E SISTÊMICOS
ENTRE DOIS COORTES DE PACIENTES DE COVID-19 SEVERO COM
DESFECHOS DISTINTOS DE SOBREVIDA E ÓBITO QUANDO INTUBADOS EM
UTI DURANTE A PANDEMIA ENTRE 2020 E 2021
PARÂMETROS PULMONARES; COVID-19; PANDEMIA
Introdução: A COVID-19 causou uma emergência mundial de saúde. Com sua
evolução para o estado grave, pacientes foram internados em UTI’s e alguns
sobreviveram mas muitos morreram. No entanto, pouco se sabe sobre os preditores
que distinguiam esses pacientes e os levaram a caminhos diferentes. Objetivo:
Analisar se alterações nos exames de sangue complementares, dados
espirométricos obtidos do ventilador mecânico, gasometria arterial, parâmetros
ventilatórios e SCORE SOFA pode se tornar preditores para a complicação do
quadro da COVID-19, e como consequência levar o paciente à óbito, entre dois
cohorts de pacientes com desfecho distintos: os que convalesceram e os que
evoluíram à óbito e o SCORE SOFA (SequentialOrganFailure Assessment) nos dias
1 e 7 de IOT dos pacientes sobreviventes e não sobreviventes. Métodos: Estudo
observacional, realizado na unidade de terapia intensiva do Hospital das Clínicas da
Universidade Federal de Minas Gerais, de maio de 2020 a abril de 2021. Foram
incluídos pacientes adultos (≥ 18 anos) com COVID-19 confirmada por RT-PCR, sob
ventilação mecânica invasiva. Os pacientes foram acompanhados até o desfecho
(óbito ou alta hospitalar) e divididos em dois grupos (sobreviventes e não
sobreviventes) para as análises comparativas. As amostras de sangue e mim-BAL ,
scores e dados clínicos foram coletadas em dois momentos diferentes: 1 o ou 2o dia
(D1-2) e 5 o a 8o dia (D5-8) após a intubação orotraqueal. Resultados: Inicialmente
os pacientes se distinguiam apenas na idade e score SOFA, sendo esses mais
elevados no grupo de não sobreviventes. Não houve diferença na uréia e creatinina,
sendo maior apenas a PCR. Nos parâmetros ventilatórios a resistência era maior no
primeiro dia do grupo não sobrevivente.Já no sétimo dia a freqüência respiratória,
PEEP e espaço morto se diferiam. Quando avaliamos a difusão e perfusão do
sistema respiratório, a SaO2 era menor no D1 do grupo de pacientes NS e no D7 a
FiO2, PaO2/FiO2, SpO2/FiO2 também se alteram. Já nos parâmetros gasométricos, a
PaO2 e a SaO2 também continuam mais baixas nos pacientes NS enquanto a PaCO2
se eleva nos pacientes NS no D7 e o pH se torna mais ácido. O grupo NS apresenta
no D7 uma plaquetopenia, enquanto leucócitos, neutrófilos e linfócitos não se
diferem. Conclusão: Nossos resultados sugerem que a resistência pulmonar e a
hipóxia podem ser um dos preditores que distinguiam os caminhos percurridos pelos
pacientes e subseentende que se tratadas inicialmente, poderá alterar a
consequências e agravos da infecção, uma vez que, foi relatado que a Covid se
inicia em órgão único, mas se espalha para todo o organismo.