Banca de QUALIFICAÇÃO: KAREN SARTORI JEUNON GONTIJO

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : KAREN SARTORI JEUNON GONTIJO
DATA : 03/07/2023
HORA: 13:30
LOCAL: Campus Centro Oeste Dona Lindu e Campus Alto Paraopeba (https://meet.google.com/mac-ndvw-qof)
TÍTULO:

Investigando a presença de ação contra o vírus Mayaro nas espécies vegetais Tecoma stans, Smilax brasiliensis e Phyllanthus brasiliensis


PALAVRAS-CHAVES:

Alphavirus; Arbovirus, Antivirais; Plantas Medicinais.


PÁGINAS: 74
RESUMO:

 

Há várias décadas, o vírus Mayaro (MAYV) era considerado restrito ao ciclo silvestre entre primatas não humanos e mosquitos Haemagogus, e infecções humanas eram consideradas acidentais ou limitadas a populações ribeirinhas. Porém, nas últimas décadas, houve aumento de casos humanos, mesmo com subnotificação, especialmente em grandes centros urbanos. Relatos recentes indicam que o MAYV, antes endêmico apenas no Norte do Brasil, foi detectado ou apresentou casos suspeitos em pelo menos 11 estados, com destaque para Goiás. O cenário sugere expansão geográfica do vírus, alcançando áreas urbanas além de suas regiões previamente conhecidas. Atualmente, não há antivirais específicos ou vacinas licenciadas contra o MAYV, o que estimula a busca por antivirais. Nesta linha, extratos e compostos vegetais representam boas bases de pesquisa. O objetivo desse trabalho foi investigar a presença de atividade antiviral em extratos das espécies Tecoma stans, Smilax brasiliensis e Phyllanthus brasiliensis em células infectadas pelo MAYV. Para isso, antes dos testes antivirais, foram realizados ensaios quanto à citotoxicidade dos extratos, de forma a determinar a concentração citotóxica para 50% das células (CC50). Em seguida, foram determinados a concentração efetiva protetiva para 50% das células infectadas pelo MAYV (CE50) e o índice de seletividade (IS). Aos extratos mais promissores, prosseguiu-se com a caracterização de possíveis mecanismos de ação e princípios ativos. Os resultados mostram que os extratos da espécie Tecoma stans não possuem atividade contra o MAYV. Para a Smilax brasiliensis, frações enriquecidas de ácidos graxos (AG) e ésteres-metílicos (FAME) mostraram ação antiviral com CE50 de 6,03 e 1,96 µg/mL e IS de 7,3 e 75,68, respectivamente. Para a espécie Phyllanthus brasiliensis, os 4 extratos avaliados mostraram robusta ação antiviral, com valores de CE50 entre 1,4 e 6,0 µg/mL e IS variando de 90 a 337. Assim, inicialmente, os estudos seguintes foram direcionados com foco na espécie P. brasiliensis. Os extratos hexânico (16HEX) e hidroetanólicos (19HET-60 e 22HET-95) apresentaram atividade virucida contra o MAYV, algo não observado para o extrato etanólico (18ET-100), sem qualquer efeito sobre a partícula viral. Quando avaliada a ação antiviral na etapa de adsorção viral, 19HET-60 e 22HET-95 apresentaram forte efeito inibitório. Já na etapa de penetração viral, que é dependente de enzimas celulares, apenas o 22HET-95 se mostrou efetivo contra o MAYV. Dessa forma, os resultados até o momento indicam que a P. brasiliensis é a espécie mais promissora, cujos compostos podem afetar não apenas a partícula viral (Efeito virucida), mas também elementos ou vias celulares no ciclo de infecção. Como somente 22HET-95 apresentou inibição viral em todos os mecanismos avaliados, os estudos serão aprofundados com esse extrato e dois de seus compostos isolados, de forma a detectar princípios ativos e algum produto de interesse farmacológico com ação antiviral frente ao vírus Mayaro.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1673648 - JOSE CARLOS DE MAGALHAES
Interna - 1742677 - JAQUELINE MARIA SIQUEIRA FERREIRA
Externo à Instituição - SERGIO OLIVEIRA DE PAULA - UFV
Externa à Instituição - CINTIA LOPES DE BRITO MAGALHÃES - UFOP
Notícia cadastrada em: 21/06/2023 14:02
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