Banca de DEFESA: LARA LUIZA FREITAS DE OLIVEIRA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : LARA LUIZA FREITAS DE OLIVEIRA
DATA : 22/09/2023
HORA: 13:30
LOCAL: vídeo conferencia
TÍTULO:

AVALIAÇÃO DA INTOXICAÇÃO E DA RESISTÊNCIA ANTIMICROBIANA INDUZIDA PELA EXPOSIÇÃO A METAIS PESADOS ASSOCIADOS ÀS ATIVIDADES MINERADORAS


PALAVRAS-CHAVES:

Metais pesados; Contaminação da água; Genotoxicidade; Resistência a antibióticos.


PÁGINAS: 148
RESUMO:

A atividade mineradora se destaca como uma das principais fontes de contaminação da água por metais pesados, especialmente após eventos de rompimento de barragens, como os da barragem de Fundão e Mina Córrego do Feijão, que liberaram rejeitos de minério, contendo metais pesados, às bacias dos rios Doce e Paraopeba, respectivamente. Os metais quando presentes na água como contaminantes podem causar intoxicação humana, bem como contribuir para o desenvolvimento de resistência antimicrobiana, visto que os mecanismos de resistência a metais e antimicrobianos podem ser semelhantes. Neste estudo foi investigado os efeitos tóxicos causados por metais pesados liberados após o rompimento das barragens de Fundão e Mina Córrego do Feijão, acerca dos casos de intoxicação humana e desenvolvimento de resistência antimicrobiana. Inicialmente foi realizado um estudo documental no banco de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação a fim de traçar o perfil epidemiológico das intoxicações por metais em Minas Gerais e no Brasil, antes e após o rompimento das barragens. Foi observado um aumento de 5,3% / 23,3% dos casos de intoxicação por metais no Brasil e 34,7% / 34,3% em Minas Gerais após o rompimento das barragens de Fundão e Mina Córrego do Feijão, respectivamente. Posteriormente, foi realizada uma revisão integrativa da literatura para analisar estudos que descrevessem a relação entre bactérias recuperadas de locais impactados pelos rejeitos de mineração decorrentes do rompimento das barragens supramencionadas e o desenvolvimento de resistência antimicrobiana. As buscas foram realizadas nas bases de dados PubMed, BVS, Science Direct e Web of Science, sendo seis artigos selecionados e de forma geral, todos sugeriram que a contaminação ambiental por metais pesados, decorrentes dos rejeitos de mineração liberados após os desastres, favoreceu o aparecimento de genes de resistência a antimicrobianos. Adicionalmente foi realizada a quantificação de metais na água do rio Itapecerica, um rio urbano poluído, e bactérias gram-negativas multirresistentes (colistina, gentamicina e ciprofloxacina) foram recuperadas destas amostras e identificadas. Foi constatada a presença dos metais ferro, cobalto, chumbo, alumínio e mercúrio na água, este último em concentrações acima do permitido pela legislação, e 13 morfotipos multirresistentes foram identificados, sendo todos Enterobacteriales (quatro Citrobacter amalonaticus; quatro Pantoea agglomerans; duas Morganella morganii e três Escherichia coli). Se tratando da bactéria E. coli, constantemente presente no ambiente aquático, esta apresentou resistência ainda a outros antimicrobianos, incluindo betalactâmicos. Por fim, foi realizado um estudo de indução de resistência ao meropenem por metais pesados em concentrações encontradas na água da bacia do rio Doce após o rompimento da barragem de Fundão, em E. coli. Um estudo de indução de resistência in vitro por múltiplas passagens (21 dias) foi conduzido utilizando a bactéria Escherichia coli ATCC 25922 multisensível, a qual foi exposta a uma mistura de metais composta por ferro (0,15 mg L-1), manganês (0,06 mg L-1) e cádmio (0,0002 mg L-1). Ao longo dos 21 dias foi observado um aumento na concentração inibitória mínima frente ao meropenem, indicando desenvolvimento e indução de resistência a este antimicrobiano. Os dados deste estudo alertam para efeitos tóxicos causados por metais pesados presentes como contaminantes ambientais após desastres de mineração aos seres humanos (intoxicação) e a microrganismos (resistência antimicrobiana), o que pode levar ao comprometimento da saúde pública.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2875448 - RALPH GRUPPI THOME
Externa ao Programa - 1080217 - FARAH MARIA DRUMOND CHEQUER BALDONI
Externo à Instituição - MAYRON ALVES DE VASCONCELOS - UECE
TAE - 1754438 - KARINA MARJORIE SILVA HERRERA
Notícia cadastrada em: 12/09/2023 09:20
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