NA MONTANHA, NO SERTÃO, NA ESCOLA: UMA CARTOGRAFIA DE ZONAS DE CINEMA EM MINAS GERAIS
Cinema e educação; Mostras de cinema infantil; cartografia; Formação de professores.
Quais acontecimentos se abrem quando o cinema chega até as pessoas em seus territórios? Como cineclubes e mostras de cinema contribuem para potencializar nossas infâncias, nosso fazer pedagógico e a comunidade? O quê os encontros atravessados por uma curadoria territorializada do cinema proporcionam como experiência educativa estética e política? Esta pesquisa propõe refletir sobre essas questões a partir da cartografia de um circuito de cinema para as infâncias em Minas Gerais, delineando suas contribuições para o campo do cinema e educação na América Latina. Compreendida como uma postura metodológica, ética e política, a cartografia orienta o mergulho em três territórios mineiros — Delfim Moreira, Ervália e Sagarana (em Arinos) —, acompanhando, respectivamente, o cineclube Cine na Montanha, a Mostra para Crianças e Adolescentes (Recria Cine) e a Mostra Sertãozin. No processo cartográfico, estabelecem-se diálogos com Crary (2023), Langie (2023), Rolnik (2018), Bispo (2023), Corrêa (2018) e Bey (2001), que ajudam a pensar sobre coletividade, encontros, curadorias territorializada e Zonas Autônomas Temporárias, que emergem como potências pedagógicas. As reflexões apontam que as mostras e o cineclube possibilitam, pelas montanhas, pelo sertão e nas escolas, uma experiência viva e coletiva com o cinema, operando micropoliticamente e inventando novas formas de relação com o outro, com as imagens, com o território e com a própria vida — convocando um estar junto, uma partilha sensível que sustenta nossa formação estética, ética e política no mundo