POIESIS E RECONHECIMENTO DE SI: UM ESTUDO DE CASO COM IDOSOS DA APAC SANJOANENSE.
Poiesis. Idosos. Velhice. Sistema prisional APAC.
O cenário etário da população brasileira vem se alterando e a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que até 2025, o Brasil terá a 5ª maior população de idosos do mundo. Dados da INFOPEN mostram que, em 2016, existiam 726.712 pessoas privadas de liberdade no Brasil, sendo, pelo menos, 5.891 pessoas idosas presas, 87% na faixa entre 61 e 70 anos e 13% têm mais de 70 anos. Essa pesquisa-ação busca entender o papel da poiesis no reconhecimento do eu para idosos que envelheceram no cárcere ou que foram condenados após a entrada na velhice. O lócus da pesquisa é a Associação de Proteção ao Condenado – APAC de São João del-Rei-MG e a amostra foi composta por doze idosos, entre homens e mulheres que poucas vezes tiveram oportunidades de refletirem sobre quem eram e/ou como se viam. O quadro teórico traz diálogos com Paulo Freire, principalmente quando entendemos a ação educativa como processo de formação tão particular e ao mesmo tempo essencialmente coletivo. Dialoga-se com Mario Ottoboni, idealizador da APAC, que conduziu ao longo de sua vida uma obra, inicialmente, religiosa até que se tornasse um sopro de humanidade no cumprimento de pena. Buscou-se, também, pesquisadores da Gerontologia (Batistoni e Cachioni) que se dedicam a entender o bem-estar subjetivo de idosos.