A VELHICE NO CINEMA DE ANIMAÇÃO: AS REPRESENTAÇÕES DE IDOSOS EM IMAGENS E NARRATIVAS
representações; velhice; filmes de animação; educação.
Em um contexto social de envelhecimento populacional, no qual todas as pessoas
precisam pensar sobre a velhice, a presente dissertação problematiza as representações
dos personagens idosos no cinema de animação, identificando seus discursos e imagens.
A questão orientadora da pesquisa foi: quais as representações da velhice presentes nos
filmes de animação destinados às crianças? Com o propósito de responder ao
questionamento, buscou-se filmes de animação que têm personagens idosos. Diante dos
filmes encontrados, foram selecionados 14 nos quais os personagens idosos aparecem
como principais, secundários e antagonistas. Descrevem-se os discursos e as imagens,
que emergiram das tramas fílmicas, para entender como esses dispositivos operam para
uma possível educação para o envelhecimento. No quadro teórico, foram tomados como
referencial os estudos da Gerontologia, por ser uma área do conhecimento que se propõe
a refletir sobre a heterogeneidade da velhice; a concepção de Moscovici sobre
representações sociais e de Stuart Hall sobre representação e estereotipagem; os
pressupostos da Pedagogia Freireana: educação como mudança e ideologia. Foram
estabelecidas categorias de análise (Todaro, 2008) que previram a busca de imagens e
narrativas em quatro domínios: 1. Cognição: relativo à capacidade de processamento da
informação e de solução de problemas, com reflexo sobre a adaptação social; 2.
Agência: referente à autonomia e à instrumentalidade para realizar ações; 3.
Relacionamento social: relativo a aspectos afetivo-emocionais que se refletem na
interação social entre o idoso e os outros; 4. Persona: diz respeito à imagem social do
idoso e aos rótulos usados para discriminá-lo. Os resultados apontaram que existe mais
espaço no cinema para os personagens idosos do que as idosas e que ambos não têm
protagonismo nas histórias. Além disso, foi possível perceber que as imagens e os
discursos, dos filmes de animação analisados, não representam a heterogeneidade da
velhice e trazem estereótipos das pessoas idosas. Conclui-se que é preciso defender uma
educação para o envelhecimento que problematiza, e não apenas reproduz, as
representações de velhice que são dadas pelos filmes de animação destinados às
crianças.